Não, não me entenda mal. Não que eu não queira ser ouvido. Eu até quero e preciso ser ouvido. As pessoas precisam de atenção! O problema não é esse... O que eu quero mesmo é ficar em silêncio. Só isso! Então por favor, me deixe assim porque eu não quero falar... Eu e meus pensamentos precisamos de privacidade.
Você pode me responder por que se incomoda tanto com isso? Por que é tão importante pra você? Pode ao menos aceitar minha decisão? Não quero falar.
Minha proposta é que fique aqui perto de mim, mas, por favor, não fale nada; porque eu não vou. Vamos ouvir o som do silêncio. Será que consegue? Consegue ficar quanto tempo a sós com alguém, ouvindo simplesmente nada e falando muito menos alguma coisa?
Egoísta, eu? Ahh pare com isso! Não estou sendo egoísta; apenas buscou uma nova compreensão das coisas através de uma nova perspectiva.
Egoísta... Há há há! Olha quem fala! Quantas vezes ao me expressar você me interrompeu? Quantas vezes você não me deixou falar, ou muito menos me ouviu? Egoísta... Tá bom!
E quer saber de uma coisa?! Não é nada pessoal! O problema não é com você, é comigo. Sabe... Está me dando náuseas escutar minha voz. Estou cansado dela. Sabe desde quando a ouço? Muito, mais muito tempo! E digo chega! Não quero mais! Nesse tempo todo eu só falei... Falei... E o que ganhei com isso? O que você ganhou com isso? Nada.
Então não fale comigo e não espere eu falar algo agora.
Apenas me observe. Olhe pra mim! Veja quem eu sou de verdade. Pegue em minhas mãos e olhe bem nos meus olhos, e por um instante saia deste mundo terreno e entre pelo portal que leva à dimensão de minha alma. Faça isso e você vai saber quem sou de verdade. Vai descobrir que falar é secundário.
E quando voltar pode ser que não me reconheça mais.
Muito “Blábláblá” é o que ouço... É o que sai da minha boca... É o que sai da boca das pessoas.
Mas afinal, quem somos? Quem é você de verdade?
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